Três produtoras de Minas Gerais conquistaram as primeiras colocações na 5ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, realizado pela Bayer e Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). Vencedoras nas categorias pequena, média e grande propriedade, as mineiras subiram ao palco do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, em São Paulo, para receber os troféus nesta quinta-feira (27).
Pequena propriedade: Juliana Rezende Mello
Em Monte Carmelo (MG), a produção de café de baixo carbono liderada por Juliana Rezende, à frente da Fazenda Santa Bárbara, conquistou os jurados da premiação. Embora seja formada em Farmácia, Juliana assumiu o desafio de tocar a propriedade da família em 2015 e hoje a produtividade é de 1.500 sacas de café por safra. Obstinada, ela revela que possui uma meta de 3 mil sacas até 2024.
Com foco total na sustentabilidade, Juliana organizou a produção de forma que houvesse programas para o uso inteligente da água, à multiplicação de abelhas nativas e para medir a pegada de carbono de seus 88 hectares. Uma proposta inovadora que, a princípio, provocou certa desconfiança, segundo ela.
“Além dos projetos já mencionados, mapeamos a fauna local com câmeras a fim de melhorar o ecossistema dos animais residentes e visitantes da propriedade. Nosso maior desafio foi encontrar parceiros que acreditassem em nossos projetos”, comenta. Além disso, Ainda no pilar sustentabilidade, o café é 100% polinizado por abelhas e conta com irrigação controlada remotamente, permitindo uso racional e economia do recurso.
Média propriedade: Mariana Heitor
Foi também apostando no café sustentável que Mariana Heitor, de Patos de Minas (MG), conquistou o 1º lugar na categoria de média propriedade. Ela conta que saiu de São Paulo para morar em Minas Gerais em 2009, a fim de iniciar um processo de sucessão familiar. Com o passar dos anos e adoção de tecnologia, ela chega a produzir, em média, 6 mil sacas de grãos por safra em 150 hectares da Fazenda Reserva Heitor.
Atingir este nível de produtividade só foi a partir da adoção do próprio adubo orgânico com utilização de resíduos próprios. “Deixamos de usar adubos químicos e esse foi um dos principais fatores que contribuiu para que fôssemos classificados como carbono neutro”, diz Mariana, cuja atividade também conta com energia solar, água magnetizada para economizar o consumo na irrigação e manejo de cobertura de solo entre as linhas de café.
Quanto ao pilar social da sustentabilidade, ela investe em uma consultoria de treinamento voltada para habilidades de liderança, pertencimento e inteligência emocional para seus colaboradores e faz um trabalho anual com 120 crianças para palestras e passeios pelas trilhas e plantios do local.
Grande propriedade: Helga Paiva
Na gestão da Fazenda Terra Nova, em Ibiá, Minas Gerais (MG), a agricultora Helga Paiva destina mais de 5 mil hectares para soja, milho, produção de sementes e pecuária bovina. Fundadora da fazenda, junto a seu irmão, Helga investe em diferentes tecnologias, da semente ao sistema de geração própria de energia solar.
“Estou sempre estudando para aperfeiçoar nossa eficiência produtiva e otimizar os recursos naturais da propriedade. Na fazenda, disponibilizamos áreas para o desenvolvimento de pesquisa para contribuir para uma agropecuária mais sustentável, por meio de parcerias com instituições privadas, tanto multinacionais, quanto empresas regionais, além da Embrapa e universidades ”, conta.
Em relação aos cuidados com o solo, Helga está atenta a capacidade de suas terras sequestrarem carbono. Por isso, participa do programa PRO Carbono, iniciativa da Bayer voltada para agricultores dispostos a ampliar seu potencial produtivo e aumentar o sequestro de carbono no solo, a partir da intensificação de práticas agronômicas sustentáveis. E assim como diversos produtores pelo Brasil, ela faz a captação da água da chuva.
Confira o ranking das 9 vencedoras do Prêmio Mulheres do Agro 2022
Em 2022, o Prêmio Mulheres do Agro registrou número recorde de inscrições desde sua primeira edição, totalizando 210 mulheres inscritas. Desde que foi criado, em 2018, mais de 900 mulheres já contaram suas histórias por meio da iniciativa, que reconheceu o trabalho de 45 agricultoras e pecuaristas de várias regiões do Brasil. Confira abaixo a lista completa das vencedoras desta edição:
Grande propriedade
1º lugar – Helga França de Paiva, Ibiá (MG)
2º lugar – Mariza Stuani de Almeida, Formosa (GO)
3º lugar – Andréia Cervo Stefanello, Campo Novo do Parecis (MT)
Média propriedade
1º lugar – Mariana Heitor, Patos de Minas (MG)
2º lugar – Teresa Márcia Morais, Barretos (SP)
3º lugar – Marli Scheifer, Ipiranga (PR)
Pequena propriedade
1º lugar – Juliana Rezende Mello, Monte Carmelo (MG)
2º lugar – Rayzza de Queiroz, João Pessoa (PB)
3º lugar – Christiane Morais, Barretos (SP)
Fonte: Globo Rural