Atualmente, oito mulheres presidem Câmaras Setoriais e Temáticas e a advogada, Luciana Tucoser, acaba de ser nomeada chefe de gabinete da SAA.
Na área administrativa, no volante de uma colheitadeira, nos laboratórios de pesquisa ou na lida do roçado. Hoje, as mulheres estão presentes em todas as áreas do agronegócio brasileiro. Elas já são mais de 10 milhões, num universo predominantemente masculino, de acordo com um levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
E para comemorar essa importante participação feminina no mercado de trabalho, que já chega a 38,07% de toda a mão de obra agrícola do Brasil, celebramos o Dia Internacional das Mulheres Rurais, em 15 de outubro. A data foi instituída pela ONU em 1995, com a proposta de elevar a consciência mundial sobre o papel da mulher no campo.
Na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo a participação das mulheres em cargos de liderança não é uma novidade, um dos destaques é a engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi. Ela foi a primeira e única mulher no comando da secretaria, ficando a frente da pasta de 2011 a 2014.
E na atual gestão da Secretaria, recém assumida por Guilherme Piai, a advogada Luciana Tucoser foi nomeada chefe de gabinete, segunda mulher a ocupar o cargo na história da SAA. “Estou muito feliz com a nomeação. A mulher está ocupando cada vez mais espaços, antes inimagináveis e, que isso se perpetue”, comemora Luciana, antes da secretaria, atuava na Ouvidoria do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP).
Vale destacar ainda, que oito Câmaras Setoriais e Temáticas da Secretaria de Agricultura são presididas por mulheres, são elas: Célia Maria Pinotti Carbonari (Vitinicultura, Vinho e Derivados); Chris Morais (Carne Bovina); Cristina Nagano (Ovos); Fernanda Maria Abilio (Produtos Florestais), Patrícia Galasini (Olivicultura); Roberta Matarazzo Suplicy (Sucos e Bebidas); Suzana Lopes de Araujo (Fungos e Cogumelos); e Vanilda Luciene de Faria Santos (Produtos Apícolas).
“Nas Câmaras, que são espaços de diálogo e tomada de decisões que envolvem diferentes partes interessadas do agronegócio, as mulheres também estão aumentando sua presença. Elas contribuem com perspectivas valiosas, experiências e conhecimentos técnicos para a discussão de políticas públicas, regulamentações e questões que afetam todo setor”, ressalta José Carlos de Faria Junior, coordenador das Câmaras Setoriais da SAA.
Exemplo de luta e força no agro paulista é a pecuarista Christiane Morais, presidente da Câmara Setorial de Carne Bovina, que reúne representantes de uma das maiores cadeias produtivas do Estado, desde pequenos produtores a grandes agroindústrias. “Sou a primeira mulher na história a presidir esse grupo”, revela. Chris, que é formada em engenharia civil, é uma referência na agricultura paulista, com premiações importantes, que ratificam seu empenho na área de pesquisa, empreendedorismo e sustentabilidade.
Chris, proprietária do Aerorancho em Barretos, revela que sua ligação com o agro vem de berço e que sua família teve papel fundamental para ela se tornar uma mulher independente e tão empoderada, em meio a um ambiente predominantemente masculino. “Sempre fui incentivada a correr atrás dos meus sonhos. Estudei muito, me capacitei e sempre me posicionei para ser respeitada. Temos que mostrar resultado”, ressalta a empresária que detém em sua propriedade umas das mais altas tecnologias na área de genética animal.
A engenheira participa de oito conselhos no âmbito do agronegócio, é Campeã Brasileira de Hipismo e, entre outras inúmeras funções, é embaixadora pelo segundo ano consecutivo do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que acontece nos dias 25 e 26 de outubro, em São Paulo. “Lugar de mulher é onde ela quiser”, ressalta Chris Moraes.
Outra mulher que se destaca em meio às câmaras é a empresária Roberta Matarazzo Suplicy, que preside a Câmara Setorial de Sucos e Bebidas. “Entrei para o fórum para aprender com os grandes produtores e, em um ano, me colocaram à frente da câmara”, conta Roberta. Esse reconhecimento se deve às ideias inovadoras da empresária, que trouxe para o Brasil um novo conceito em alimentação: a Urban Remedy. A marca californiana é a primeira empresa a oferecer sucos vivos prensados a frio e alimentos vivos desidratados no País, com ingredientes comprados de produtores paulistas e da horta própria. “Acredito que revolucionamos o conceito de alimentação saudável e ainda aplicamos novos conceitos na área de tecnologia para o agro de São Paulo”, ressalta.
E a participação delas, no que diz respeito a revolucionar o campo, não para por aí. Não podemos esquecer de todas as mulheres que trabalham nos institutos ligados à SAA, que dedicam suas vidas à pesquisa em prol do desenvolvimento da agricultura paulista. “Elas têm um papel fundamental no campo, estão em todos os elos das cadeias produtivas. Apesar de ainda ser predominantemente masculino, as mulheres vêm ganhando espaço ano a ano no agronegócio brasileiro e na Secretaria de Agricultura não será diferente, valorizamos as profissionais e só temos a agradecer pelo empenho e dedicação”, afirma Guiherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
E para a chefe de gabinete Luciana, a crescente participação feminina no mercado de trabalho serve de motivação. “Não só para as mulheres, mas é uma questão de diversidade”, finaliza a advogada.